8600 Lagos, Portugal

Description

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Lagos dos Desobrimentos

Você está enfrentando o “Forte de Nossa Senhora da Penha de França”, também referido como “Forte da Ponta da Bandeira”, “Fortaleza da Ponta da Bandeira”, “Forte do Pau da Bandeira” e “Forte do Registo”, localiza-se no Cais da Solaria, na freguesia de Santa Maria, cidade e concelho de Lagos, distrito de Faro, em Portugal.

É um dos melhores e mais bem conservados exemplares de arquitetura militar do século XVII existentes em todo o Algarve, constituindo um autêntico "ex libris" das fortificações marítimas da antiga Praça-forte de Lagos.

História

Finda a Guerra de Restauração da Independência Portuguesa (1640-1644), o governo militar da Província do Algarve, diante do constante assédio da costa por parte de corsários e de piratas, dentro de um plano de proteção da baía de Lagos fez erguer uma rede de fortificações costeiras, a leste e a oeste da cidade de Lagos.

Este forte foi iniciado entre 1679 e 1683, na gestão do Governador e Capitão-General do Reino do Algarve, D. Luís Lobo da Silveira, 2.º conde de Sarzedas. A direção das obras ficou a cargo do capitão de Engenheiros Inácio Pereira. Os trabalhos foram concluídos em 1690 já na governação do marquês-almirante D. Francisco Baltazar Luís António da Gama, marquês de Niza. Tinha como função a defesa da foz da Ribeira de Bensafrim, do acesso ao cais, e dos flancos sudeste e leste da muralha da cidade, cruzando fogo com o baluarte da Porta da Vila e com o baluarte do Castelo dos Governadores. Essa defesa era integrada, além das antigas muralhas e torreões da cidade, pelo Forte de São José (Forte da Meia Praia), e pelas seguintes estruturas:
• Bateria do Pinhão
• Bateria de Nossa Senhora da Piedade
• Bateria do Porto de Mós
• Bateria de São Luís de Almádena
• Bateria de Vera Cruz da Figueira
• Bateria do Zavial

Como as demais fortificações da região, terá sido danificado pelo maremoto consequente do terramoto de 1 de novembro de 1755. De fato, em 1769 um ofício sobre o estado geral do forte referiu que este se encontrava danificado pela força do mar.

Em fins do século XVIII o engenheiro militar José de Sande Vasconcelos, deixou-nos uma pormenorizada descrição do forte, através de uma planta legendada onde se regista um forte moderno, de planta quadrangular, com dois pisos dispostos em redor de um pátio principal.

O piso inferior, ao qual se tem acesso pelo lado norte através de uma porta que ocupa posição central na fachada principal, apresenta um pátio quadrangular, erguendo-se, de oeste para leste, a casa do comando, os quartéis e os armazéns. O Corpo da Guarda aparece naturalmente colocado no eixo e à entrada da porta principal.

O segundo piso, a que se tem acesso por um lance de escadas no lado sul do pátio, era ocupado pelas baterias.

Em 1805 ficou dependente da Praça-forte de Lagos, por Alvará do Príncipe-regente D. João.

Em 1826 o Ministério da Guerra procedeu reparações de parte da muralha.

No contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834) aqui estiveram encarcerados 40 presos políticos (1828), posteriormente conduzidos para a prisão de Lagos e depois para a de Faro.

Data de 1849 a relação de trabalhos a efetuar e respectivo orçamento para o aparelho de suspensão para a ponte levadiça, de autoria do Major do Corpo de Engenheiros, José da Silva Carvalho e do Capitão Comandante interino do Material de Artilharia, Alexandre José de Barros.

O forte chegou ao século XX em estado de ruína. Em 1956-1957 as suas dependências foram adaptadas a Centro Náutico da Mocidade Portuguesa, nova funcionalidade que determinou a radical transformação do interior do recinto amuralhado. Do vasto conjunto de obras então realizadas, sob a responsabilidade da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), salientam-se a reconstrução das quatro guaritas, a consolidação estrutural generalizada e a adaptação dos espaços interiores a salas de formação, arrecadações, etc. Em 1960 procedeu-se o assentamento de lajedo em pedra no pátio, a colocação de cantaria nos muros, a execução do fosso e da ponte levadiça. Constrói-se ainda o farolim na doca junto ao forte. Mais tarde, em 1970 procedeu-se à reconstrução de rebocos salitrosos, à pintura de portas, caixilhos e da ponte levadiça, a caiações, substituição de louças sanitárias e de torneiras. Em 1971 teve lugar a reparação do troço leste, com o apeamento de alvenarias, tapamento de rombos, reparação e consolidação de panos de muralha, consolidação de uma guarita, reconstrução de rebocos interiores, pintura de portas, caixilhos e grades de ferro.

Em 1994 procedeu-se a instalação de um restaurante numa das dependências do forte. Novos trabalhos de reparação tiveram lugar em 1996, com o preenchimento de rombos, a substituição de gárgula em pedra, a reconstrução de alvenaria, de rampas de tiro, e o refechamento de juntas.

Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 5/2002, publicado no Diário da República, I Série-B, nº 42, de 19 de fevereiro de 2002. Está incluído na Zona Especial de Proteção das Muralhas e Torreões de Lagos.

Nesse mesmo ano, a DGEMN e a DREMS procederam a obras de conservação, a saber o preenchimento de juntas no pavimento da plataforma, capeamento e reboco faces interiores dos muros da plataforma superior, consolidação abóbada da guarita, e consolidação de alvenarias.

Mais recentemente o imóvel foi adquirido pela Câmara Municipal, que para aqui transferiu o Centro de Estudos Marítimos e Arqueológicos de Lagos.

Atualmente nas suas dependências funciona um polo museológico evocativo da época dos Descobrimentos – o Núcleo Museológico dos Descobrimentos Portugueses -, salas de exposições temporárias, e a pequena capela de Santa Bárbara. Na cobertura está patente uma exposição de esculturas do artista plástico lacobrigense José Maria Pereira.

Características

Exemplar de arquitetura militar renascentista, de tipo marítimo, constituiu-se em uma das fortificações tecnicamente mais avançadas de todo o Algarve à época. É similar ao Forte da Meia Praia, erguido na mesma época.

Apresenta planta quadrangular, com muros cegos em alvenaria argamassada, pedra aparelhada nos cunhais e friso em cantaria à volta a 3/4 da altura.

Pelo exterior, a oeste, abre-se um fosso, ultrapassado por uma ponte levadiça que comunica com o portão de armas, em cantaria. A lápide sobre o portão refere ter sido o conde de Sarzedas a iniciar a construção do forte e o marquês de Niza a concluí-la.

As quatro guaritas cilíndricas que hoje podem ser observadas nos seus vértices foram introduzidas pelas campanhas de restauro efetuadas pelo Estado Novo por volta de 1960.

No interior em torno da praça de armas de planta retangular, dispõem-se as edificações de serviço e uma pequena capela a leste. Uma rampa dá acesso ao terraço, rematado por parapeito de pedra irregular, onde se dispõem as baterias a leste.

A capela seiscentista, de pequenas dimensões, apresenta nave única, sem capela-mor, com teto em abóbada de berço, e um pequeno altar com imagem recente. Destaca-se um labrim com azulejos do século XVII.
Traductions par
Traduction/Translation: Google Translate

Galerie

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Forte da Ponta da Bandeira

Carte

Latitude:
37.099503
- Longitude:
-8.666505

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