Description
Em 2009, na zona extramuros da cidade (Vale da Gafaria), a intervenção arqueológica que acompanhou a construção de um parque de estacionamento subterrâneo permitiu identificar uma lixeira da época moderna e, no meio desta, um número significativo de esqueletos humanos (mais de 150) que os estudos vieram a comprovar tratar-se de indivíduos africanos trazidos para Lagos como mercadoria pelas rotas comerciais de escravos e que, por se encontrarem doentes ou moribundos, acabariam por ser inumados/descartados naquele local junto com outros dejetos urbanos. Neste equipamento pretende-se divulgar a ligação de Lagos ao comércio de escravos aqui existente no séc. XV.
Antigo edifício da Vedoria, da Alfândega e da Guarda, conhecido como "Mercado de Escravos"Edifício de Planta longitudinal, com dois pisos de épocas diferentes. Cobertura de quatro águas. Frontispício a Sueste delimitado por dois arcos no piso térreo e duas janelas com moldura em cantaria no 2º piso. Fachada lateral direita também com dois arcos no piso térreo, quatro janelas no piso superior; e brasão de armas do Marquês de Niza, em peça de cantaria incorporada no século XVII. Fachada lateral esquerda quase cega, apenas com uma janela no 2º piso. Cunhais e friso de separação de pisos em cantaria. Piso térreo com dois espaços distintos: um aberto e envolvido pelos quatro arcos de volta perfeita e em cantaria, o outro fechado, composto por uma sala única. Acesso ao 2º piso através de escadaria existente no edifício adossado a Noroeste. Interior com espaços diferenciados, pé direito alto, pavimento em soalho e portas de duas folhas com bandeira.
Implantado próximo do local onde terá sido realizado o primeiro mercado de escravos trazidos de África pelas caravelas em 1444 e que foram vendidos num terreiro perto da Porta da Vila (antiga porta Norte situada onde hoje tem início a rua General Alberto da Silveira, como testemunham os vestígios da torre albarran visíveis no edifico da antiga cadeia, ex-esquadra da PSP), presumivelmente no espaço hoje ocupado pelo quarteirão que integra o armazém regimental e casa da janela manuelina.
O edifício chegou a ser utilizado como Casa de Vedoria e Alfândega, Casa da Guarda e Prisão Militar. Hoje, é sede do Núcleo Museológico Rota da Escravatura.
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