As ruínas romanas de Tróia são testemunho de um grande complexo de salgas de peixe construído na primeira metade do século I e continuamente ocupado até ao século VI. Este complexo tornou-se um povoado de carácter urbano, composto não só por múltiplas “fábricas de salga” de dimensões muito variadas mas também por casas, termas, necrópoles, um mausoléu e uma basílica paleocristã. Aproveitando a riqueza em peixe do Atlântico e a excepcional produção de sal das margens do rio Sado, fabricavam-se conservas e molhos de peixe, entre os quais o famoso garum, embalados em ânforas e levados de barco para Roma e outras províncias do Império Romano. Implantado hoje numa língua de areia que na época romana seria ainda uma ilha, talvez a ilha de Ácala referida pelo escritor latino Avieno, o povoado era banhado pelo oceano.